Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



sexta-feira, 15 de junho de 2012

Pergunta sobre Gaza em exame universitário indigna judeus em França


   

 (Foto: Stephane Mahe/Reuters)

Um professor de medicina da Universidade Paris VII-Denis Diderot viu-se envolvido numa polémica depois de ter incluído num exame escrito uma pergunta acerca de um hipotético bombardeamento a Gaza no qual teriam morrido 22 civis da mesma família. Os representantes da comunidade judaica em França consideram que a pergunta é ofensiva e promove o anti-semitismo. 




A polémica rebentou depois de o professor Christophe Oberlin ter pedido aos alunos, num exame de medicina humanitária, para classificarem os crimes resultantes de um “bombardeamento clássico” que tivesse resultado na morte de 22 membros de uma mesma família durante o conflito de 2008-2009 em Gaza. A pergunta, relata o jornal Le Monde, era esta: “Qual é ou quais são as classificações para os crimes perpetrados (crime de guerra, crime contra a Humanidade, crime de genocídio)?”

Aquilo que se passou entre Dezembro de 2008 e Janeiro de 2009 entre israelitas e palestinianos ficou conhecido como a Guerra de Gaza – uma vez que esta cidade foi particularmente atingida pelo Exército israelita – e resultou na morte de mais de 1000 palestinianos e de pouco mais de uma dezena de israelitas.

A pergunta do exame – à qual teve acesso o Conselho Representativo das Instituições Judaicas em França (CRIF), que a remeteu para a comunicação social – está a ser considerada ofensiva pelos representantes judeus. Num comunicado publicado na quinta-feira, o CRIF manifestou-se “indignado” pela formulação da pergunta em torno de um bombardeamento de civis em Gaza, considerando-a “escandalosa” e que “incita ao ódio contra Israel”.

Richard Prasquier, presidente do CRIF, afirmou por seu lado que “a pergunta, tal como está formulada, não tem qualquer ligação com a medicina nem com a universidade, pelo que o professor Oberlin viola a neutralidade”.

Por seu lado, a União dos Estudantes Judeus em França (UEJF) considera que o professor “constrange os estudantes a adoptarem posições odiosas” ao colocar essa questão. Para a UEJF, o “professor Oberlin abusa da posição de autoridade, mais ainda porque faz parte do júri dos exames, impedindo assim os estudantes de manifestarem publicamente o seu desacordo perante essas declarações falsas e ideológicas”.

Jonathan Hayoun, presidente da UEJF, pede agora à universidade que não contabilize os pontos associados a essa questão litigiosa e que convoque o professor Oberlin para que este forneça esclarecimentos.

Esta polémica já levou também à abertura, na quinta-feira, de um inquérito administrativo por parte do reitor da universidade. Vincent Berger referiu a “consternação ao ler a pergunta colocada no quadro de um exame opcional de medicina”. “Ela [a pergunta] comporta um carácter polémico lamentável que viola o espírito de neutralidade e de laicidade do ensino superior”, acrescentou o mesmo responsável, citado pelo Le Monde.

O reitor indicou ainda que “o princípio da independência dos professores e investigadores, inscrita na Constituição, não autoriza em nada o desrespeito dos valores fundamentais do serviço público”.

Fonte: PUBLICO (Pt)

Nenhum comentário: