
No dia 14 de junho de 1966, o Vaticano aboliu seu Index librorum
prohibitorum, com a lista dos livros proibidos aos católicos,
instituído em 1559.
Na Antiguidade, se uma obra fosse contra os preceitos dos magistrados,
eles ordenavam sua destruição. Com a invenção da imprensa, entretanto, a
publicação em série de obras indesejadas passou a ser proibida pela
censura. Em 1487, Inocêncio 8º promulgou a primeira constituição papal,
em que instituiu a censura prévia.
Em 14 de junho de 1559, o Papa Paulo 4º instituiu o Index librorum prohibitorum,
que listava as obras proibidas aos católicos. Foi a primeira censura
imposta diretamente por um papa. Em contrapartida às anteriores, que se
chamavam "catálogos", ela foi chamada de "índice". Ela serviu de base
para a criação, cinco anos mais tarde, do Índice, pela Comissão de
Bispos do Concílio de Trento.
Em 1571, o papa Pio 5º criou a Sagrada Congregação do Índice, encarregada de examinar e censurar livros e atualizar o "Index".

Lutero era proibido
Os governos católicos da Europa efetivaram as medidas repressivas e
garantiram a aplicação da lei imposta pela Igreja. Na Espanha, por
exemplo, o rei Carlos 5º determinou, entre 1520/50, algumas leis que
condenavam à morte quem possuísse, comprasse, vendesse ou copiasse um
livro herege.
Ao longo dos 400 anos que durou a proibição, a lista das obras
condenadas foi-se tornando cada vez mais longa. Além de uma série de
edições da Bíblia, do Novo Testamento e suas traduções, proibia aos
católicos o acesso às obras de Martinho Lutero, à astrologia e à chamada
"literatura lasciva".
Tentativa de controle total
Em 1571, chegou a ser fundada a Congregação do Índice, uma
tentativa histórica de controle total sobre o conhecimento humano. Foram
atingidas partes, ou as obras completas, de autores como Rene
Descartes, Heidegger, Jean Paul Sartre, Voltaire, Emile Zola, Stendahl,
George Sand, Balzac, Alexandre Dumas (pai e filho) e Gabriele
D'Annunzio.
Em 1917, o papa passou o controle da censura ao Santo Ofício, que o
Concílio Vaticano 2º mudou de nome em 1965 para Congregação da Doutrina
da Fé. As crescentes críticas internas, no entanto, levaram à revogação
completa do Índice em junho e novembro de 1966.
Fonte: DEUTSCHE WELLE
Fonte: DEUTSCHE WELLE
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